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terça-feira, 14 de junho de 2016

Formiga Bossa Nova (Adriana Calcanhotto)



Uma bonita canção: a letra são uns versos de um poeta português, Alexandre O'Neill, a música de um compositor francês, Alain Oulman, e a voz de uma cantora brasileira, Adriana Calcanhotto: Formiga Bossa Nova.


FORMIGA BOSSA NOVA

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.

Assim devera eu ser
se não fora
não querer.

Alexandre O'Neill


E aproveitamos para ler a fábula da cigarra e da hormiga, que vocês já conhecem, mas de certeza  não conheciam em português. Vamos ler!


A CIGARRA E A FORMIGA

Num dia de quente de verão, uma alegre cigarra estava a cantar e a tocar o seu violão, com todo o entusiasmo. Ela viu uma formiga a passar, concentrada na sua grande labuta diária que consistia em guardar comida para o inverno.

"D. Formiga, venha e cante comigo, em vez de trabalhar tão arduamente.", desafiou a cigarra "Vamo-nos divertir."

"Tenho de guardar comida para o Inverno", respondeu a formiga, sem parar, "e aconselho-a a fazer o mesmo."

"Não se preocupe com o inverno, está ainda muito longe.", disse a outra, despreocupada. "Como vê, comida não falta."

Mas a formiga não quis ouvir e continuou a sua labuta. Os meses passaram e o tempo arrefeceu cada vez mais, até que toda a Natureza em redor ficou coberta com um espesso manto branco de neve.

Chegou o inverno. A cigarra, esfomeada e enregelada, foi a casa da formiga e implorou humildemente por algo para comer.

"Se você tivesse ouvido o meu conselho no Verão, não estaria agora tão desesperada.", ralhou a formiga. "Preferiu cantar e tocar violão?! Pois agora dance!"

E dizendo isto, fechou a porta, deixando a cigarra entregue à sua sorte.


Escola Ovar. Clicando podem-se ler outras versões desta fábula.




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