Bairro de Alfama e Rio Tejo em Lisboa

segunda-feira, 23 de março de 2015

A sopa de letras (Manuel António Pina)



Mais um poema não faz mal nenhum, pois não? Para os mais pequenos da casa...


A SOPA DE LETRAS

Era uma vez um menino
que não queria sopa de letras.
Podiam lá estar coisas bonitas escritas,
mas para ele era tudo tretas…
Podia lá estar escrito COMER,
Podia lá estar GOIABADA,
Como ele não sabia ler
a sopa não lhe sabia a nada.
Tinha no prato uma FLOR,
um NAVIO na colher,
comia coisas lindíssimas sem saber,
mas ele queria lá saber!
Até que um amigo com todas as letras
lhe ensinou a soletrar a sopa.
E ele passou a ler a sopa toda,
o peixe, a carne, a sobremesa, etc.

Manuel António Pina



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