Bairro de Alfama e Rio Tejo em Lisboa

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dois desenhos de Eduardo Oliveira

Gullible


A mentira


Eduardo Oliveira, brasileiro, é o autor destes desenhos. Gostam?

Hoje é o último dia de 2010.

Bem-vindo 2011


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Como são pequenininhos estes animais!

Fotografia de Júlia Moraes

Um colibri ou beija-flor (Fotografia de Marilene Simão Alcântara)





domingo, 26 de dezembro de 2010

Pai Natal - Papai Noel


Quadrinhos de Rodrigo Zoom

Pai Natal (português europeu) ou Papai Noel (português brasileiro) ("Noël" é natal em francês) é uma figura lendária que, em muitas culturas ocidentais, traz presentes aos lares de crianças bem-comportadas na noite da Véspera de Natal, o dia 24 de dezembro, ou no Dia de São Nicolau (6 de dezembro).


(Fonte do texto: Wikipédia)




sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Rato do Campo e o Rato da Cidade

 

"O Rato do Campo e o Rato da Cidade é uma fábula atribuída a Esopo. No decorrer do tempo, a história foi recontada com algumas alterações, mas o sentido permaneceu.", diz-nos a Wikipédia

(Do blogue Santa Nostalgia)

O Rato do Campo e o Rato da Cidade

Era uma vez dois primos ratos, um vivia no monte e outro vivia na Cidade, um era gordo e o outro muito magrinho.

O do campo estava a viver num moinho.

Um dia o seu primo, o rato da Cidade, foi ao monte visitá-lo. No moinho havia um gato, mas o rato do Campo ainda não lhe tinha dito nada. Eles iam em fila indiana e o rato do Campo ia á frente. Eles mordiam aqui, mordiam ali e assim iam comendo.

Mas um dia apareceu o gato e ele, o rato do Campo, que já conhecia o gato do moinho, correu bem mas o primo escondeu-se lá num buraco e não queria de lá sair.

O primo dizia-lhe para ele sair que o gato já se tinha ido embora e ele depois lá saiu, mas ao chegar cá fora disse ao primo:

-Vou- me embora para a Cidade porque antes quero ser magrinho que papadinho pelo gato do moinho.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A raposa e o galo



A RAPOSA E O GALO

Empoleirado numa árvore cantava o galo, quando passou perto a raposa.

–Grande novidade, compadre galo, gritou a raposa muito alegre.

–Que novidade?

–Baixou um decreto do governo que manda acabar a guerra entre os animais e estabelecer a paz geral. Estou contentíssima: desça, compadre, estou com desejo de o abraçar.

–Esse decreto de que fala é já sabido e conhecido por todos os animais? – perguntou o galo.

–É claro; nem a ignorância desculpa o não cumprimento da lei. Porque faz o compadre essa pergunta?

–Vejo vir do nascente alguns caçadores com muitos cães.

A raposa, mal foi informada da aproximação dos podengos, galgos e perdigueiros, pôs-se ao fresco.

Então o galo gritava–lhe:

–Mostre-lhes a lei, mostre-lhes a lei.


Notas de vocabulário

desça = baje — desejo = deseo — nascente = levante, este (ponto cardeal) — mal foi informada = en cuanto fue informada — pôs-se ao fresco = se puso a salvo — mostre-lhes = enséñeles.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz Natal em muitas línguas



Quantas línguas se falam no mundo? Pelos vistos, quase 7000, sem contar os dialetos! E assim é como se diz Feliz Natal em muitas das línguas que se falam neste mundo. Antes disso, boas férias e aproveitem o tempo, não se esqueçam. As férias não são apenas para brincar e jogar. Leiam,aqui no blogue há muita coisa para ler, divertir-se e aprender. O tempo das férias dá também para isso.

E pensem, por outro lado, nem que seja um bocado, naquelas pessoas que não têm o que vocês têm.


Alemão - Frohe Weihnachten


Árabe - Mboni Chrismen


Bielo-russo - Winshuyu sa Svyatkami


Búlgaro - Vessela Koleda


Castelhano - Feliz Navidad


Checo - Vesele Vanoce


Chinês - Sheng Tan Kuai Loh


Chinês (Taiwan) - Kung His Hsin Nien bing Chu Shen Tan


Cingalês (Sri-Lanka) - Subha nath thalak Vewa, Nathar Puthu Varuda


Coreano - Sung Tan Chuk Ha ou Sungtan Chukha


Dinamarquês - Glaedelig Jul


Eslovaco - Vesele Vianoce


Esloveno - Srecen Bozic


Tagalo (Filipinas) - Maligayang Pasko


Finlandês - Hauskaa Joulua


Francês - Joyeux Noël


Gaélico (Irlanda) - Nollaig Shona dhuit


Georgiano - Gilotsavt Krist'es Shobas


Grego - Eftihismena Christougenna


Groenlandês - Glædelig Jul, Juullimi Ukiortaassamilu Pilluarit


Húngaro - Boldog Karácsonyt


Hebreu (Israel) - Mo'adim Lesimkha


Hindu (Índia) - Shub Christu Jayanti


Islandês - Gleðileg Jól


Italiano - Buon Natale


Japonês - Merii Kurisumasu (é Merry Christmas, à japonesa)


Letão - Priecigus ziemassvetkus ou Laimigu Jauno gadu


Lituano - Laimingu Kaledu


Macedónio - Streken Bozhik


Moldavo - Craciun fericit si un An Nou fericit


Neerlandês - Zalig Kerstfeest ou Prettige Kerstdagen


Nepalês - Krist Yesu Ko Shuva Janma Utsav Ko Upalaxhma Hardik Valthukkal Shuva


Norueguês - Gledelig Jul


Polaco - Boze Narodzenie


Português - Feliz Natal


Romeno - Sarbatori vesele


Russo - Hristos Razdajetsja ou Rozdjestvom Hristovim


Samoês - Manuia Le Kirisimasi


Servo-croata - Sretan Bozic


Sueco - God Jul


Tailandês - Ewadee Pe-e Mai


Turco - Yeni yiliniz kutlu olsun


Ucraniano - Veseloho Vam Rizdva


Ugandês - Webale Krismasi


Vietnamita - Chuc mung Giang Sinh


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Olha o papagaio!

Olha (Fotografia de Martin Lazarev)

Podem aprender uma palavra nova com esta fotografia. Qual é que é essa palavra? Papagaio. Eis a definição: "Brinquedo de papel ou de paninho, de forma oval ou triangular, que se lança ao vento, ficando preso por uma guita."

Ah, já sabiam que agora é verão no Brasil?


Duas caricaturas de Gilmar Fraga

Superavô


Cachorro atrás do próprio rabo



O ilustrador brasileiro Gilmar Fraga faz estas caricaturas tão lindas. Alguém tem um Superavô como este? Ou uma Superavó? Digam lá.

Nota. O título da segunda caricatura seria em Portugal Cão atrás da própria cauda. De certeza, aqueles de vocês que tenham um cão já o viram fazer isso alguma vez .



sábado, 18 de dezembro de 2010

Terra natal (Ricardo Alberty)

Aldeia da Pena, uma aldeia no Norte de Portugal


Havia muito tempo que a minha mãe tinha prometido que no Natal iriamos à terra ver o avô. Quando lhe perguntei onde ficava a terra, explicou, cheia de paciência, que ficava para o Norte, e que lá tinha nascido o avô, ela, eu, e que era a nossa terra natal. Disse também que era a terra mais linda do mundo, mas que não me lembrava porque tinha vindo de lá muito pequenino para a cidade, onde só havia casas e ruas enormes e muito poucas árvores. Que lá, as ruas e as casas eram pequeninas e por isso as pessoas se conheciam todas e eram muito amigas. Além disso havia campos cheios de árvores, que no inverno ficavam cobertas de neve, que era uma das coisas que eu nunca tinha visto. E ouvia, de olhos muito abertos, e pensava : “Que linda deve ser a terra natal!”

Faltavam poucos dias para o fim do ano, e enquanto a minha mãe andava de volta dos armários e das gavetas separando a roupa mais forte para levarmos, eu fui perguntar à criada se alguma vez tinha estado na terra natal.

- Então não havia de ter estado? Foi lá que eu nasci - respondeu ela.
- Tu também nasceste no Norte? - perguntei.
- Não, menino. Eu sou do Sul. Mas toda a gente nasce na sua terra natal.
- Então, os meninos americanos do quinto andar também vieram da terra natal?
- Com certeza, mas a terra natal deles é a América.
- Tão longe!...E também cai lá neve?
- Os jornais dizem que sim. Nunca fui para essas bandas.

A criada estava aborrecida e eu não perguntei mais nada, mas fiquei a pensar que a terra natal devia ser muito grande, porque ia desde o Norte, onde estava o avô, até ao Sul, onde nascera a criada, e chegava à América, de onde tinham vindo os meninos do quinto andar, e talvez fosse até à China, ocupando assim a Terra inteira.

Terra Natal, obra de Ricardo Alberty


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Para jogar aos polícias e ladrões: Aniki-Bébé


Toda a gente sabe o que é uma lengalenga? Já vimos aqui: Uma lengalenga é um texto com frases curtas –que normalmente rimam– e muitas repeti­ções, que ajudam a decorá-lo (cuidado com este falso amigo!, em espanhol diríamos aprenderlo de memoria) com facilidade. Normal­mente, às lenga­lengas estão associados brinca­deiras e jogos muito divertidos feitos em grupo.

Em pequeno, quando eu jogava aos polícias e ladrões, faziamos assim: "Una dole, tele catole, quile quilete, estaba la reina en su gabinete, vino Gil, rompió el barril, barril, barrilón, guardia y ladrón". Vejamos qual a fórmula mágica que, nas brincadeiras de crianças, permite determinar em Portugal, sem discussão, quem é polícia e quem é ladrão, "Aniki-Bóbó":


Aniki-bébé,
Aniki-bóbó,
Passarinho, tótó,
Berimbau, cavaquinho,
Salomão, sacristão,
Tu és polícia,
Tu és ladrão!



Cena do filme Aniki-bóbó (1942), de Manoel de Oliveira



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Porque se diz "obrigado"?


Já vimos aqui (cliquem) como é que se diz "gracias" em português. Agora vamos aprender porque é que se diz essa palavra.


Obrigado é a forma abreviada da expressão «fico-lhe obrigado», isto é, «fico-lhe ligado pelo favor, oferta, etc., que me fez». De facto, o verbo latino obligare significava «ficar ligado, atar juntamente, empenhar, comprometer-se», entre outros sentidos.

Ao ficarmos «devedores» a outrem, por qualquer serviço que nos foi prestado, criamos um elo de ligação, ainda que momentânea.

E já sabem, as meninas devem dizer assim: obrigada.

Do Dicionário da origem das palavras (Orlando Neves)



terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"Lagarto pintado..."

Fonte: Miradas de Andalucía


Lagarto pintado,
quem te pintou?
Foi uma velha
que aqui passou.
No tempo da eira
fazia poeira,
puxa lagarto
por esta orelha.


sábado, 11 de dezembro de 2010

A formiga e a neve



Uma formiga prendeu o pé na neve.
–Ó neve! tu és tão forte, que o meu pé prendes!
Responde a neve:
–Tão forte sou eu que o Sol me derrete.
–Ó sol! tu és tão forte que derretes a neve que o meu pé prende!
Responde o Sol:
–Tão forte sou eu que a parede me impede.
– Ó parede! tu és tão forte que impedes o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde a parede:
–Tão forte sou eu que o rato me fura.
–Ó rato! tu és tão forte que furas a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde o rato:
–Tão forte sou eu que o gato me come.
–Ó gato! tu és tão forte que comes o rato, que fura a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde o rato:
–Tão forte sou eu que o cão me morde.
–Ó cão! tu és tão forte que mordes o gato, que come o rato, que fura a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde o cão:
–Tão forte sou eu que o pau me bate.
–Ó pau! tu és tão forte que bates no cão, que morde o gato, que come o rato, que fura a pare-de, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde o pau:
–Tão forte sou eu que o lume me queima.
–Ó lume! tu és tão forte que queimas o pau, que bate no cão, que morde o gato, que come o rato, que fura a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde o lume:
–Tão forte sou eu que a água me apaga.
–Ó agua! tu és tão forte que apagas o lume, que queima o pau, que bate no cão, que morde o gato, que come o rato, que fura a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde a água:
–Tão forte sou eu que o boi me bebe.
–Ó boi! tu és tão forte que bebes a água, que apagas o lume, que queima o pau, que bate no cão, que morde o gato, que come o rato, que fura a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde o boi:
– Tão forte sou eu que o carniceiro me mata.
– Ó carniceiro! tu es tão forte que matas o boi, que bebes a água, que apagas o lume, que quei-ma o pau, que bate no cão, que morde o gato, que come o rato, que fura a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!
Responde o carniceiro:
–Tão forte sou eu que a morte me leva.


Nota. Hoje não se diz carniceiro, mas talhante (o/a talhante), e a carne compra-se no talho.



sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Rastos

Fotografia de Alex Guerra


Rastos é o título desta fotografia. Vemos os carris por onde passa o eléctrico numa rua de Lisboa.

Fotografía de Nizaiznaizena

Nesta fotografia vemos dois eléctricos (ou elétricos) e a Sé de Lisboa por trás deles.

Já sabem como é que se diz "tranvía" y "catedral" em português.


Um brinco português e outro espanhol

Um brinco português




Un brinco español


sábado, 4 de dezembro de 2010

Uns desenhos de Begê






Bruno Grossi (BEGÊ) nasceu em Minas Gerais em 1979. Ele trabalha com ilustração, literatura, cultura e arte.

Minas Gerais é um estado do Brasil. Cliquem no linque e poderão ver onde é que fica esse estado dentro do Brasil.



O Mosteiro dos Jerónimos



Fotografias de Melinda


É claro que na realidade essas colunas do Mosteiro dos Jerónimos não se vêem como nas fotografias, e que tudo é devido às lentes da máquina, mas são lindas, não são?


terça-feira, 30 de novembro de 2010

No comboio descendente (Fernando Pessoa)



Os versos são do poeta português Fernando Pessoa e a música e a voz são do cantor João Afonso. Que grande alegria neste comboio, não acham?


No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
E outros sem ser por nada.
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...

No comboio descendente
Vinham todos à janela,
Uns calados para os outros
E os outros a dar-lhes trela.
No comboio descendente
De Cruz Quebrada a Palmela...

No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E outros nem sim nem não.
No comboio descendente
De Palmela a Portimão.


Notas

vinha / vinham = venía / venían

tudo = todos, todo el mundo ("toda a gente", diz-se também em português)

à gargalhada = (riéndose) a carcajadas

dar trela a = (fam.) dar cuerda a 

reinação = juerga



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Meninos de Cabo Verde

Ilha de Santiago, Praia


Ilha de Santo Antão, Ponta do Sol


Cabo Verde é um arquipélago composto por nove ilhas. Hoje temos aqui fotografias de duas delas, a ilha de Santiago e a de Santo Antão.

(Autor: Marco Paoluzzo)



sábado, 27 de novembro de 2010

Um tucano





Fotografias de Miriam Cardoso de Souza

A natureza do Brasil é prodigiosa. Eis uma pequena amostra. Este é um tucano de bico amarelo. Em próximas mensagens veremos pássaros de cores incríveis, e mais. Lembram-se dos passarinhos desta canção, Passaredo?

O tucano na Wikipédia


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Capuchinho Vermelho

Desenho de Tiago Lobo Pimentel

Era uma vez uma menina tão bonita como não havia outra; a mãe gostava muito dela, e a avó mais ainda. Tinham-lhe mandado fazer uma capinha vermelha com um capuchinho, que lhe ficava tão bem que toda a gente lhe chamava Capuchinho Vermelho.

Certo dia, a mãe fez um bolo e disse-lhe:

— Vai saber da avozinha, porque me disseram que está doente; leva-lhe este bolo e este boiãozinho de manteiga.

O Capuchinho Vermelho partiu logo para ir visitar a avó, que morava noutra aldeia. Ao passar pela floresta encontrou o lobo (que estava resolvido a comê-la, mas não se atreveu por causa dos lenhadores que andavam a cortar árvores), que lhe perguntou onde ia. A menina, que não sabia como era perigoso parar no caminho para falar com um lobo, respondeu:

— Vou visitar a minha avó e levar-lhe um bolo e um boiãozinho de manteiga que manda a minha mãe.
— E ela mora longe? — perguntou o lobo.
— Ah!, mora — respondeu o Capuchinho Vermelho. — Fica para além daquele moinho que se avista lá muito adiante; na primeira casa da aldeia.
— Muito bem — disse o lobo. — Também quero ir fazer-lhe uma visita. Eu vou por aqui, e tu vais por ali. Veremos quem chega primeiro.

O lobo deitou a correr pelo caminho mais curto e a menina foi pelo caminho mais comprido, entretendo-se a apanhar avelãs, a correr atrás das borboletas e a fazer raminhos com as flores que encontrava.

O lobo não levou muito tempo a chegar a casa da avó. Bateu à porta: truz! Truz!

— Quem é? — perguntou a avozinha.
— Sou a sua netinha Capuchinho Vermelho — disse o lobo, disfarçando a voz. — Trago-lhe um bolo e um boiãozinho de manteiga que manda a minha mãe.

A boa avozinha, que estava de cama com uma constipação, gritou:

— Pega na aldraba e levanta o fecho.

O lobo pegou na aldraba e a porta abriu-se.

Atirou-se à avó e já se preparava para a comer num abrir e fechar de olhos, porque havia mais de três dias que não comia nada, quando a avó, muito assustada, fugiu e foi esconder-se no armário, fechando a porta por dentro.

O lobo apanhou a touca e os óculos da avó, pôs ambas as coisas e meteu-se na cama à espera do Capuchinho Vermelho, que dali a pouco veio bater à porta.

Truz! Truz!

—Quem é? — perguntou o lobo, mas já à espera do Capuchinho Vermelho.

O Capuchinho Vermelho, que ouvira a voz grossa do lobo, assustou-se, mas, julgando que a avó estivesse constipada, respondeu:

— Sou a sua netinha Capuchinho Vermelho. Trago-lhe um bolo e um boiãozinho de manteiga que manda a minha mãe.

O lobo disse, com uma voz muito meiga:

— Pega na aldraba e levanta o fecho.

O Capuchinho Vermelho pegou na aldraba e levantou o fecho, e a porta abriu-se.

O lobo, ao vê-la entrar, disse-lhe, escondendo-se debaixo do cobertor:

— Põe o bolo e o boiãozinho de manteiga em cima da arca e vem deitar-te ao pé de mim.

O Capuchinho Vermelho tirou a capa e ia meter-se na cama, quando olhou muito admirada para a avó e perguntou:

— Avó, porque tem uns braços tão grandes?
— São para te abraçar melhor, minha neta!
—Avó, porque tem umas pernas tão grandes?
— São para correr melhor, minha neta.
— Avó, porque tem as orelhas tão grandes?
— São para te ouvir melhor, minha neta.
— Avó, porque tem uns olhos tão grandes?
— São para te ver melhor, minha neta.
— Avó, porque tem uns dentes tão grandes?
— São para te comer.

E, dizendo estas palavras, o lobo mau saltou da cama para comer o Capuchinho Vermelho. Mas a menina gritou, gritou tanto, tanto, que os lenhadores que andavam na floresta vieram a correr para lhe acudir. E deram uma tareia tão grande no lobo que ele fugiu a ganir, cheio de medo e nódoas negras.

Depois, os lenhadores abriram o armário, dentro do qual a avó, coitada, tinha desmaiado com o susto. Mas bastou molharem-lhe a testa com uma pinguinha de água fresca para ela abrir os olhos e ficar logo boa.

O Capuchinho Vermelho abraçou-se à avó e prometeu que nunca mais queria conversas com o lobo. E ambas comeram o resto do bolo. O resto, sim, porque primeiro a avó tinha, cortado umas poucas de fatias para oferecer aos lenhadores que as tinham livrado daquele grande perigo.

(Retirado daqui)


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Longe dos olhos

Fotografia de Alice Albuquerque 


Vejam lá uma adivinha muito fácil... Qual é o provérbio espanhol que se corresponde com este provérbio português?


Longe dos olhos, longe do coração.



É isso, aquilo que não vemos, é fácil que não nos toque nos sentimentos, no coração.





sábado, 20 de novembro de 2010

O pato (João Gilberto)



O cantor brasileiro João Gilberto canta esta canção tão engraçada, uma brincadeira, O pato. Gostam?


O PATO

O Pato
Vinha cantando alegremente
Quém! Quém!
Quando um Marreco
Sorridente pediu
Prá entrar também no samba
No samba, no samba...

O Ganso, gostou da dupla
E fez também
Quém! Quém! Quém!
Olhou pro Cisne
E disse assim:
"Vem! Vem!"
Que o quarteto ficará bem
Muito bom, muito bem...

Na beira da lagoa
Foram ensaiar
Para começar
O tico-tico no fubá...

A voz do Pato
Era mesmo um desacato
Jogo de cena com o Ganso
Era mato
Mas eu gostei do final
Quando caíram n'água
E ensaiando o vocal...

Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!...


Um marreco mandarim



As bocas do mundo

Fotografia de João Madureira


AS BOCAS DO MUNDO

Era uma vez um homem muito velho que tinha na sua companhia um neto, filho de uma sua filha já falecida, como falecido era o marido desta. Teve o velho de ir a uma feira vender um jumento e como o neto era rapazola muito turbulento, não o quis deixar sozinho em casa, e levou-o consigo. O jumento era já adiantado em anos e o velho para não o estropiar resolveu levá-lo adiante, caminhando a pé avô e neto. Passaram a um lugar onde estava muita gente a brincar na estrada.

– Olhem aqueles brutos! Vão a pé atrás do burro que se não dá da tolice dos donos.

O velho disse ao neto que se pusesse em cima do burro.

Mais adiante passaram próximo doutros sujeitos que se puseram a dizer:

– O mariola do garoto montado, e o velho a pé; o que um tem de esperto tem o outro de bruto. O velho então mandou apear o neto e ele montou- se no burro.

Mais adiante começaram a gritar:

– Olhem o velho se é manhoso! A pobre da criança a pé e ele repimpado no burro.

– Salta para cima do burro – ordenou o velho ao neto.

O garoto não esperou que o avô repetisse a ordem e lá foram os dois sobre o jumento. Andaram assim alguns passos e logo viram muita gente sair-lhes à estrada, cheia de indignação e gritando ameaçadora:

– Infames! Criminosos! Canalhas! Matar o animalzinho com o peso de dois alarves, podendo ir a pé.

O velho e a criança foram obrigados a descer do burro.

Então disse o avô ao neto:

– É para que saibas o que são as línguas do mundo: preso por ter cão e preso por o não ter.


José Gomes Ferreira, Contos Tradicionais Portugueses




sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amira


Amira é uma menina da turma de 1º D da nossa escola. O pai dela é palestiniano e fala árabe. O que significará o nome da vossa colega?

Amira é um nome feminino árabe (em árabe أميرة, Amīra) que literalmente significa "princesa".

É bonito, não é? Ah, uma coisa curiosa. O árabe é uma língua que tem outro alfabeto, como podem ver; mas sabiam que esta língua se escreve, e se lê, claro, da direita para a esquerda?


Ditongos -ue- e -ie- em espanhol, vogais -o- e -e- em português


Esta lâmpada diz-nos que temos mais uma dica ("indicação ou informação útil") para que todos vocês aprendam sem esforço muitas palavras portuguesas a partir das correspondentes palavras espanholas.

Quase todas as palavras espanholas que têm um ditongo ue, têm um o em português:

el cuento = o conto
la puerta = a porta
el puerto = o porto
la vuelta = a volta
nuevo/a = novo/a

    E muitas palavras mais...

    E quase todas as palavras espanholas que têm um ditongo ie, têm um e em português:

    el viento = o vento
    el tiempo = o tempo
    el invierno = o inverno 
    la nieve = a neve
    siempre = sempre


      E também aqui, muitas palavras mais...

      É facil ou não é? É so pôr um bocadinho de atenção. Estas semelhanças são coisas do latim, a língua mãe do português e do espanhol.



      quinta-feira, 18 de novembro de 2010

      sexta-feira, 12 de novembro de 2010

      Galos de Barcelos nas ruas de Badajoz









      Nos dias 25 a 28 deste mês de Novembro celebra-se a XXI Feria Hispano-Portuguesa de Badajoz. Por enquanto (= "por ahora"), temos estes galos de Barcelos pelas ruas da capital. Bem, estes são dois que se podem ver na Plaza de España, mas há mais. Quantos é que vocês já viram?

      E este galo de onde é que vem? Onde nasceu? Tem algum significado? Amanhã, sábado, explicamos aqui. Não percam!



      O mundo não é justo - Calvin & Hobbes



      Calvin and Hobbes (Calvin & Hobbes em Portugal, Calvin e Haroldo no Brasil) é uma série de Banda Desenhada (História em Quadrinhos no Brasil) criada, escrita e ilustrada pelo autor norte-americano Bill Watterson e publicada em mais de 2000 jornais do mundo inteiro entre 1985 e 31 de dezembro de 1995, tendo ganho em 1986 e 1988 o Reuben Award, da Associação Nacional de Cartunistas dos EUA.

      Calvin é um garoto de seis anos de idade cheio de personalidade, que tem como companheiro Hobbes, um tigre sábio e sardónico, que para ele está tão vivo como um amigo verdadeiro, mas para os outros não é mais que um tigre de peluche (pelúcia no Brasil). 






      quinta-feira, 11 de novembro de 2010

      XXVII Festa do castanheiro em Marvão


      Nos dias 12,13 e 14 de Novembro celebra-se a Festa do castanheiro em Marvão. Para aqueles que não conheçam esta terra alentejana é uma óptima oportunidade. Peçam aos pais para vos levarem lá  no domingo, por exemplo. Não é muito longe. Alguém de vocês já provou doces de castanhas? Ai, estão tão bons...

      Marvão é chamada Ninho de águias pela grande altitude a que se encontra. De lá podem ver muitos kilómetros até ao horizonte: terras de Portugal e também terras de Espanha.

      Para mais pormenores, façam o favor de clicarem na página da Câmara Municicipal de Marvão)


      Marvão (Fotografia de Manuel Maia). Lá ao fundo, ao fundo, é a província de Cáceres


      terça-feira, 9 de novembro de 2010